quinta-feira, 14 de junho de 2007

Atochando a Tocha do Pan - parte I

Matéria gonzo em 4 partes sobre a passagem da Tocha dos Jogos Pan-Americanos em Pernambuco. Não é tão grande quanto parece e prometo que vocês vão achar legal.

Atochando a Tocha do Pan

I - SOZINHO NA PARADA


Quando cheguei na prefeitura de Olinda, antes do começo do revezamento da Tocha Pan-Americana, o clima era de um verdadeiro pandemônio. Em poucas palavras, posso dizer que tinha muita chuva, garotos barulhentos, batuques de maracatu, bonecos gigantes, professores protestando e câmeras da Globo espalhadas em cantos estratégicos, algumas delas em cima de um prédio logo à frente, como snipers.

Eu estava aqui, teria uma página quando chegasse à redação, mas não estava me sentindo confortável. Bom, esse é meu trabalho. Quem sabe se eu entender qual o sentido dessa visita da Tocha eu possa escrever algo que preste no blog.

Envolvi-me em minha capa e procurei um rosto conhecido. Achei Lucas Fittipaldi, da Folha de Pernambuco.

“Onde pego a credencial?”, perguntei a ele.
“Não tem. É a do jornal mesmo”, ele respondeu, sem saber se levantava ou não o capuz de sua capa amarela.
“E Mestre Salustiano? Onde está?”. O famosíssimo rabequeiro, cuja música nunca tinha feito a mínima questão de escutar, seria o primeiro a carregar a tocha.
“Está lá dentro. Falei com ele mais cedo. Queres alguma coisa”, perguntou Lucas.
“Bom, ele deve ter falado a mesma coisa de sempre né? Estou muito feliz e blá blá blá”, arrisquei, sem a mínima vontade de tirar o bloquinho todo molhado do bolso.

Com a confirmação de Lucas, me aquietei e esperei o começo da solenidade, já imaginando o estresse que seria seguir aquela maldita tocha por cerca de 47 km. “Maldito seja, Celso”, praguejei. Ele tinha dado uma enrolada e me passado a pauta. O outro da vez, Marcelinho, tirou a folga logo nessa terça. “Sacanas”, voltei a praguejar.

Lucas avisou que iria procurar um urso gigante para entrevistar. Não me opus e tentei entrar na prefeitura. Tarefa fácil com o crachá do jornal, mas dados os cinco primeiros passos me deparei com uma parede de jornalistas e câmeras todas apontadas para mim. O salão estava completamente lotado, até as escadas estavam entupidas. Desisti.

Esperei do lado de fora, sendo castigado pela chuva. Um carro com o logo dos Jogos Pan-Americanos passou, atraindo aplausos e gritinhos de centenas de garotos empilhados no pequeno palco em frente à prefeitura. Segui o veículo e consegui dar uma boa olhada naquele pedaço de acrílico e metal tão cobiçado.

Encontrei Rafainha (que participaria do desfile), lá do jornal, e Luciana Morosini, da Folha. Cumprimentei-a e perguntei quantos de lá estavam trabalhando no revezamento. “Quatro repórteres e dois fotógrafos”, ela respondeu. E eu estava sozinho naquela empreitada, contando apenas com um fotógrafo para me ajudar. Ela não sabia muita coisa sobre o carro de apoio, então não insisti na conversa e voltei para o palco. Finalmente, após muita espera e minutos de conversa com o motorista do jornal, André, o discurso começou.

Não há muito o que falar sobre essa parte, apenas que as palavras da prefeita Luciana Santos foram completamente abafadas pelos gritos de protesto dos professores. “PCCV Já”, bradavam, tentando fazer uma referencia pobre entre a sigla de um plano que reivindicam com Cerveja. Aquilo me deu idéias, mas antes que elas se alastrassem, a tocha estava viajando, indo em direção à Cidade Alta.

Nada de AA. Ele devia estar no carro de apoio. Esperei um pouco e recebi um telefonema de Carlyle, o cara mais chato da redação. “Vai encontrar com AA (fotógrafo) na Cidade Alta. Ele falou que estão batendo nos turistas. Está o maior inferno lá”.

Puta merda, pensei. E eu aqui perdendo toda a diversão?

“André, vamos nessa que o fight começou”, avisei e entrei no carro.

3 comentários:

Elias disse...

vou postar a entrevista, eh pq ela pediu para que eu esperasse até ela estar em Natal.

problemas de contrado e coisas do tipo... vai entender.

Adriano Portela disse...

Eiii Euias...faltou do falar de "biubarruada"..acho que ele também carregou a tocha!

Anônimo disse...

com muito atraso para comentar..já n sei nem o q falar!